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A atividade Leitura da Cidade e Criação de Mural no Morro da Conceição foi uma experiência com os alunos da disciplina de Metodologia 3, no  segundo semestre do ano de 2025,  que uniu arte, território e memória. A proposta consistiu em uma vivência de leitura da cidade a partir da observação e da escuta sensível do Morro da Conceição, um espaço simbólico na cidade de Recife. A primeira etapa aconteceu com uma caminhada pela escadaria do morro, conduzida pelo artista plástico e guia de turismo Fernando Lopes, que tem desenvolvido intervenções artísticas ligadas à história  da comunidade. Durante o percurso, os estudantes foram convidados a perceber as cores, formas, sons e narrativas do lugar — elementos que revelam o diálogo entre fé, resistência e ancestralidade presentes no cotidiano dos moradores.

A partir dessa imersão, foi proposto um exercício criativo no qual os estudantes desenvolveram projetos de murais inspirados na paisagem e na vivência local. Em grupos, apresentaram suas propostas à comunidade, que participou ativamente do processo, escolhendo a imagem que mais representava o sentimento e a identidade do Morro da Conceição. Com base nessa escolha, foi realizada uma oficina coletiva para a execução do mural, transformando a arte em um gesto de diálogo e pertencimento. A pintura agora integra a paisagem do bairro e fará parte do projeto de Fernando Lopes “Turismo Recife no Morro”, que valoriza o patrimônio material e imaterial da região.

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​Conceito da arte

 

A arte desenvolvida para o mural tem como tema “Raízes e Espiritualidade”, propondo uma reflexão visual sobre o encontro entre crenças, culturas e memórias. O pássaro representa o sincretismo religioso, símbolo da liberdade e da convivência entre diferentes tradições de fé. A flor de lírio, associada ao Candomblé, surge acolhida pelo Cristianismo, expressando o respeito e a integração entre as matrizes afro-brasileiras e cristãs que coexistem no morro. Ao fundo, o símbolo da Sankofa, originário da cultura Akan, convida a olhar para as raízes ancestrais como forma de compreender o presente e construir o futuro. O mural, portanto, não é apenas uma pintura, mas uma celebração das identidades e espiritualidades que habitam o Morro da Conceição — um tributo à força de sua comunidade e à potência transformadora da arte como linguagem de diálogo.